Psicologia social e gênero. Sobre o uso de mapas corporais para uma psicologia situada em nossa América

Resumo

Este artigo se propõe a pensar o uso dos Mapas Corporais como uma metodologia potente para uma Psicologia Social situada, a partir de seus vínculos com os Estudos de Gênero que instalam a urgência de uma prática decolonial e interseccional. Para isso, o trabalho de campo realizado em uma pesquisa qualitativa cujo objeto de estudo foi investigar os processos de subjetivação de mulheres migrantes afrodescendentes que vivem na Norpatagônia Argentina, a técnica de mapeamento corporal foi fundamental. Um dos objetivos específicos era compreender o lugar que o corpo dessas mulheres ocupa em suas trajetórias migratórias e em relação à construção de sua subjetividade. O mapeamento corporal teve um aumento impressionante em pesquisas recentes e é uma ferramenta poderosa para estudos feministas interseccionais. Trabalhar com e sobre o corpo nos convida a descolonizar nossa prática de pesquisa, situando-nos criticamente em nosso próprio território corporal. Nesta pesquisa, essa ferramenta metodológica mostrou como a racialização, a sexualização e a agência predominam no devir das mulheres, vinculando-as aos processos de subjetivação dessas mulheres e às suas trajetórias migratórias. Isso é fundamental para a construção de uma Psicologia Social Comunitária para e de nossos povos.