Resumo
Este artigo analisa a aplicação da perspectiva de gênero na administração da justiça criminal no Equador, por meio do estudo de duas decisões judiciais emblemáticas. Foi identificada uma deficiência no treinamento dos operadores da justiça, o que leva à persistência de estereótipos e preconceitos na interpretação e aplicação da lei, bem como à naturalização da violência de gênero no sistema judicial. A pesquisa revela limitações estruturais que impedem uma abordagem eficaz da violência de gênero, inclusive a falta de tribunais especializados e deficiências na coleta e no acesso a informações estatísticas. Conclui-se que é essencial fortalecer o treinamento sensível ao gênero, implementar reformas regulamentares e estruturais, monitorar e sancionar práticas discriminatórias, garantir o acesso a informações confiáveis e promover uma transformação cultural na administração da justiça para garantir a conformidade com os padrões internacionais na luta contra a violência baseada em gênero.
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