Rodolfo Kusch: de uma psicogeografia da barbárie a uma epistemologia geocultural do popular

Resumo

Em La seducción de la barbarie, Kusch propõe uma jornada pela psicologia social americana que explora a divisão entre o desejo de ser (individual e/ou coletivo) e aquilo que (consciente e inconscientemente) se é. Esse dualismo, moldado pela barbárie nativa e pela civilização enraizada na mentalidade cidadã, configura uma psicogeografia continental na qual a tensão entre o autêntico e o fictício é histórica, epistemológica e metafísica. Esse dualismo, moldado pela barbárie nativa e pela civilização enraizada na mentalidade cidadã, configura uma psicogeografia continental na qual o autêntico e o fictício se tensionam histórica, epistemológica e metafisicamente. As reflexões que o autor desenvolve posteriormente em Geoculture of the American Man sobre o popular e sobre a cultura como geocultura (que envolve um local, que é específico de uma comunidade e que apresenta características peculiares que a diferenciam), favorecem um desvio da antinomia "civilização e barbárie" para a busca de uma expressão cultural autêntica do modo de vida americano (ser-ser). Em que sentido essa autenticidade americana ligada a um modo particular de viver a terra pode ser pensada ou expressa? Que tipo de inautenticidade ela revelaria? Além disso, esse modo de viver e esse solo não poderiam conter as diretrizes e as pré-configurações para outra epistemologia? Para outra forma de conhecer o americano?