Anti-colonialist Phenomenologies of the First Intifada (1987). O caminho que iluminou a revolta; circunstâncias convergentes e desenvolvimento posterior do conflito

Resumo

O final do ano de 2023 traz consigo do Oriente Médio uma melodia lamentável, já tristemente assimilada na sempre letárgica consciência ocidental. Essa mesma melodia, com ressonâncias familiares nas terras de onde emerge, é, em termos pragmáticos, uma fórmula concebida nas últimas décadas do século XX, especificamente em 1987. Ao longo deste artigo, o objetivo é dar significado empírico-teórico a uma premissa: que o passado, por si só, nem sempre é regressivo e que, consequentemente, dele decorrem modelos comportamentais que, se não emanam diretamente para o presente, projetam sobre ele uma espécie de diretrizes formais; padrões que permitem, no mínimo, a construção de um traço histórico tendente a dar sentido, conhecimento, fundamento ou - mais raramente - verdade, a uma concretização factual que, uma vez ocorrida, se incorpora ao curso da História como o mesmo enxame de eventos que se sobrepuseram para sua própria materialização. Em um exercício de sutil perseguição a esses eventos, as linhas a seguir proporão uma série de inícios; despertares que representaram mudanças significativas e que nasceram sob as luzes ou sombras de formidáveis processos históricos. Dessa forma, por meio do uso das premissas teóricas descritas acima, será tentada a reconstrução histórica de uma série de processos particulares que levaram à Primeira Intifada de 1987, cuja transcendência é projetada em direção a novas fenomenologias que ainda estão em pleno vigor hoje. Somente examinando a marca causal desse "primeiro" despertar coletivo será possível encontrar instrumentos para compreender as raízes idiossincráticas da barbárie contemporânea.